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4 de novembro de 2013

Sou saxofonista. Toco numa banda filarmónica e é algo que amo fazer. Não é das coisas mais fáceis, mas adrenalina e a paixão que sentimos é algo que faz com que ultrapassemos o cansaço que vamos sentindo ao longo do dia, bem como as dores no corpo. 
Comecei a frequentar este mundo fantástico que é a música com 9 anos. O meu primeiro instrumento foi como é claro a flauta de bisel, nota por nota, ritmo por ritmo. Aprendi a solfejar, aprendi a entoar as notas, aprendi a gostar de música. Chegou a hora de escolher o instrumento, aquele que eu ia adorar tocar, que ia passar a ser o meu melhor amigo, aquele que me identificava. 
Saxofone?!- Propuseram-me. Disse logo que sim. 
Comecei a tocar num que era da banda, já antigo. Já tinham passado por ele muitas mãos, estava velho, o som não era o mesmo. Mas assim andei até aos meus 13 anos. O objetivo era aprender a tocar, aprender tudo o que devia saber sobre o instrumento. Chegou a hora de comprar o meu saxofone. Não me recordo qual foi o dia, mas sei que foi pela altura do natal, tinha um concerto nesse mesmo dia à noite, com a orquestra. Os meus pais levaram-me a uma loja de instrumentos, o senhor da loja começou a mostrar vários e eu ia experimentando. Levei o meu professor comigo para me ajudar a escolher, aquele que melhor se adequava. Escolhi! Senti-me tão feliz! Tinha algo nas mãos que era só meu, era novo, lindo e brilhava, parecia ouro. 
Passado alguns meses, convidaram-me para a banda. Ainda me lembro do primeiro ensaio que fui. Era completamente diferente do que estava habituada, na orquestra era só pessoas da minha idade ou pouco mais velhas e na banda tinha pessoas muito mais velhas, com outra sabedoria. Sentia-me nervosa, mas sabia que era aquilo que eu queria fazer. As músicas? não conseguia tocar quase nenhuma, mas queria, tinha muita vontade de saber. Ensaio após ensaio, as notas iam saindo com maior frequência. Chegou a primeira festa ! A primeira coisa que fazemos numa festa é a arruada, andar pelas ruas a tocar, em formatura e a marchar. Eu não sabia marchar, trocava os pés e saia da minha fila. Praticamente não tocava, porque estava mais preocupada em acertar os pés e ir direita no meu sítio. 
Os anos foram-se passando, e estou na banda há 8 anos. A evolução foi imensa, já não troco os pés, toco todas as músicas e não me vejo sem isto. Custa imenso acordar às 4h, 5h, 6h da manhã para ir apanhar o autocarro e ir para à festa, quando está tanto calor e só apetece estar com o corpo na areia ou metida na água. Mas o amor que tenho pela música, faz com que prefira mil vezes fazer isto, do que estar na praia ou em qualquer outro sítio. 
Não escrevi nem uma parte daquilo que a música me traz, mas na verdade a música não se diz, sente-se. 


5 comentários:

  1. eu não toco nenhum instrumento, mas a música faz tão parte de mim como qualquer membro do meu corpo... como te entendo!

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  2. E é um orgulho para mim, ter alguém como tu na minha vida. Não só por aquilo que és mas como pela dedicação que dás à música e ao teu saxofone.

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  3. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  4. o saxofone que tantas lembranças me trás, uma boas outras más. como eu gostava de saber tocá-lo.

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  5. Eu toco piano há cerca de oito anos. Infelizmente, não consegui aprender mais cedo e digamos que ultimamente ando mais parada (longa história), mas a música é mesmo algo fantástico.
    Agora também ando a aprender um instrumento de sopro, é mais difícil do que eu pensava! :P

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